quinta-feira, 24 de março de 2011

Coesão e Coerência Textual

A COERÊNCIA TEXTUAL

Dos trabalhos que desenvolvem os aspectos da coerência dos textos, o de Charolles (1978) é freqüentemente citado em estudos descritivos e aplicados. Partindo da noção de textualidade apresentada por Beaugrande e Dressier, Charolles também entende a coerência como uma propriedade ideativa do texto e enumera as quatro meta-regras que um texto coerente deve apresentar:

1. Repetição: Diz respeito à necessária retomada de elementos no decorrer do discurso. Um texto coerente tem unidade, já que nele há a permanência de elementos constantes no seu desenvolvimento. Um texto que trate a cada passo de assuntos diferentes sem um explícito ponto comum não tem continuidade. Um texto coerente apresenta continuidade semântica na retomada de conceitos, idéias. Isto fica evidente na utilização de recursos lingüísticos específicos como pronomes, repetição de palavras, sinônimos, hipônimos, hiperônimos etc. Os processos coesivos de continuidade só se podem dar com elementos expressos na superfície textual; um elemento coesivo sem referente expresso, ou com mais de um referente possível, torna o texto mal-formado.

2. Progressão: O texto deve retomar seus elementos conceituais e formais, mas não deve limitar-se a isso. Deve, sim, apresentar novas informações a propósito dos elementos mencionados. Os acréscimos semânticos fazem o sentido do texto progredir. No plano da coerência, percebe-se a progressão pela soma das idéias novas às que são já tratadas. Há muitos recursos capazes de conferir seqüenciação a um texto.

3. Não-contradição: um texto precisa respeitar princípios lógicos elementares. Não pode afirmar A e o contrário de A . Suas ocorrências não podem se contradizer, devem ser compatíveis entre si e com o mundo a que se referem, já que o mundo textual tem que ser compatível com o mundo que representa. Esta não-contradição expressa-se nos elementos lingüísticos, no uso do vocabulário, por exemplo. Em redações escolares, costuma-se encontrar significantes que não condizem com os significados pretendidos. Isso resulta do desconhecimento, por parte do emissor, do vocabulário a que recorreu.

4. Relação: um texto articulado coerentemente possui relações estabelecidas, firmemente, entre suas informações, e essas têm a ver umas com as outras. A relação em um texto refere-se à forma como seus conceitos se encadeiam, como se organizam, que papeis exercem uns em relação aos outros. As relações entre os fatos têm que estar presentes e ser pertinentes.

A COESÃO TEXTUAL

Um texto, seja oral ou escrito, está longe de ser um mero conjunto aleatório de elementos isolados, mas, sim, deve apresentar-se como uma totalidade semântica, em que os componentes estabelecem, entre si, relações de significação. Contudo, ser uma unidade semântica não basta para que um tal. Essa unidade deve revestir-se de um valor intersubjetivo e  pragmático, isto é, deve ser capaz de representar uma ação entre interlocutores, dentro de um padrão particular de produção. A capacidade de um texto possuir um valor intersubjetivo e pragmático está no nível argumentativo das produções lingüísticas, mas a sua totalidade semântica decorre de valores internos à estrutura de um texto e se chama coesão textual. (Pécora, 1987, p. 47) Assim, estudar os elementos coesivos de um texto nada mais é que avaliar os componentes textuais cuja significação depende de outros dentro do mesmo texto ou no mesmo contexto situacional. Os processos de coesão textual são eminentemente semânticos, e ocorrem quando a interpretação de um elemento no discurso depende da interpretação de outro elemento. Embora seja uma relação semântica, a coesão envolve todos os componentes do sistema léxico-gramatical. Portanto há formas de coesão realizadas através da gramática, e outra através do léxico. Deve-se ter em mente que a coesão não é condição necessária nem suficiente para a existência do texto. Podemos encontrar textualidade em textos que não apresentam recursos coesivos; em contrapartida a coesão não é suficiente para que um texto tenha textualidade.

Palavra do dia (24/03/2011)

VERNAL
O termo vernal é sinônimo de 'primaveril' e designa, portanto, tudo o que é próprio da primavera. A palavra vernal também é muito usada para nos referirmos às flores que desabrocham somente durante esta estação do ano. Na astronomia, ‘Ponto vernal’ é a posição do sol ao cruzar o equador celeste no equinócio da primavera do hemisfério norte (momento a partir do qual, nesse hemisfério, os dias passam a ser mais longos que as noites).
>>Definição do iDicionário Aulete:
(ver.nal)
a2g.
1. Ref. à primavera ou próprio dela.: "E, na moldura da emotiva paisagem, entremostrava-se mentalmente a figura vernal de Laurinda..." (Mário Sete, João Inácio))
2. Bot. Diz-se das plantas cujas flores desabrocham na primavera.
[Pl.: -nais.]
[F.: Do lat. vernalis,e.]

terça-feira, 22 de março de 2011

ESTUDO DO PERÍODO COMPOSTO

Sobre o Período Composto
No período composto, podemos encontrar:
a) Orações subordinadas justapostas (sem conectivo):
Por Exemplo:
Ana e Gustavo já se conheciam, mostravam-se muito amigos.
b) Orações cujo verbo encontra-se elíptico (subentendido):
Por Exemplo:
O candidato promete que, se eleito, transformará o país.
c) Orações intercaladas ou interferentes:
São sintaticamente independentes, se interpõem a outras orações expressando uma ressalva, um comentário ou uma opinião. Podem vir de forma intercalada em apenas uma oração ou ainda no meio de outras.
Exemplos:
No dia da nossa formatura - como me lembro bem! - todos estavam deslumbrantes.
Este ano, disse a torcedora, o prêmio é do Brasil!
Nenhum destes artistas, que eu saiba, gosta de dar autógrafos.
Caso não me emprestasse os livros (Devo ter comprado aproximadamente dez já) estaria muito chateada.

Objetivos da Análise Sintática

A análise sintática tem como objetivo examinar a estrutura de um período e das orações que compõem um período.
Estrutura de um Período
Observe: conhecemos mais pessoas quando estamos viajando
Ao analisarmos a estrutura do período acima, é possível identificar duas orações: Conhecemos mais pessoas e quando estamos viajando.
Termos da Oração
No período "Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando", existem seis palavras. Cada uma delas exerce uma determinada função nas orações. Em análise sintática, cada palavra da oração é chamada de termo da oração. Termo é a palavra considerada de acordo com a função sintática que exerce na oração.
Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, os termos da oração podem ser:
1) Essenciais
Também conhecidos como termos "fundamentais", são representados pelo sujeito e predicado nas orações.
2) Integrantes
Completam o sentido dos verbos e dos nomes, são representados por:
complemento verbal - objeto direto e indireto;
complemento nominal;
agente da passiva.
3) Acessórios
Desempenham função secundária (especificam o substantivo ou expressam circunstância). São representados por:
adjunto adnominal;
adjunto adverbial;
aposto.
Obs.:
O vocativo, em análise sintática, é um termo à parte: não pertence à estrutura da oração.