quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Dúvidas ortográficas – Um olhar minucioso

Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra...
Já disse a cantora Pitty, em uma de suas criações. Sábia, por sinal, pois profunda é a ideologia presente em suas palavras em se tratando de nosso posicionamento em meio ao cotidiano, analisado sob todos os âmbitos. Mas... deixemos as questões filosóficas para um outro momento.
Voltemos, pois, para as questões relacionadas à gramática, já que, possivelmente, todos nós temos “um teto de vidro”, principalmente ao nos referirmos à ortografia, não é verdade? Obviamente que ninguém será tão audacioso a ponto de arremessar a pedra... Claro, quantas vezes fomos alvo do /s/ ou /z/, já não falando dos outros fonemas que, via de regra, também se constituem de uma semelhança sonora.

Atualmente, envoltos por tanta tecnologia, quando ao redigirem, muitos usuários recorrem às ferramentas disponíveis no próprio sistema, outros, ao dicionário, e assim por diante. Mas, indubitavelmente, ainda há que se mencionar que a familiaridade envolvendo a tríade “emissor x leitura x escrita” fornece-nos verdadeiros subsídios rumo à conquista de determinadas habilidades. Desta feita, algumas dicas se constituem como recursos plausíveis para que a grafia de alguns vocábulos se torne algo “familiar” ao nosso conhecimento, como as que analisaremos a seguir:
Analisando as terminações “-izar” e “-isar” – Quando usar “s” e quando usar “z”?
Tomemos como exemplo a palavra exorci---ar, cujo emprego não podemos dizer que seja tão corriqueiro. Por que grafá-lo com “x”, se sonoramente é retratado por “z”? Outra questão: será grafado com “-izar” ou “-isar”?

O fato é que EXORCIZAR provém do latim exorcizare -
v.t. Expulsar os demônios por meio de preces: exorcizar um possesso.
Esconjurar, conjurar, exorcismar.

Sanada a presente dúvida, partamos agora para uma análise acerca das circunstâncias relacionadas ao emprego dos sufixos supracitados. É bom que se diga que não há prefixos representados por “–isar”. Os verbos que dele se constituem já trazem em seu radical a letra “s”, como é o caso de:

“-Izar” oriunda-se do sufixo grego “-izein”, incorporando-se à língua portuguesa por intermédio do latim “-izare”, sendo atribuído aos substantivos e adjetivos terminados em - ico, - ismo, - ista. Daí que exorcizar se grafa com “izar”, pois é derivado de exorcismo, como também, “anarquismo”, “dogmático”, “socialista”. Consoante a esta regra citamos também o caso daquelas palavras que não possuem a letra “s” em seu radical, sendo, portanto, grafadas com “izar”, como por exemplo:
local- localizar
radical – radicalizar

As vogais "e" e "i" – Traços peculiares

Quando nos referimos a questões ortográficas, as vogais em evidência não ficam aquém dos acontecimentos, dados alguns traços que lhes demarcam.
Um deles restringe-se ao fato de que quando pronunciadas, algumas palavras revelam o som da vogal “i”, quando na verdade são grafadas com “e”, como é o caso de abençoe, mãe, cirurgiães, pães, entre muitas outras.
Dessa forma, para que não haja possíveis equívocos no momento de empregá-las, tendo em vista o padrão formal da linguagem, algumas considerações tornam-se passíveis de nota. Portanto, vejamos:
Grafam-se com “E”:
* Algumas formas verbais em que o infinitivo se constitui das terminações “-oar” e “-uar”:
abençoar – abençoe
atuar - atue
continuar – continue
efetuar – efetue
magoar – magoe
perdoar – perdoe

* Algumas formas verbais em que o infinitivo se constitui da terminação “-ear”:
estrear – estreio, estreias, estreia, estreamos, estreais, estreiam.
rodear – rodeio, rodeias, rodeia, rodeamos, rodeais, rodeiam.

* Alguns vocábulos formados com o prefixo “-ante”:
antemão – antessala- anteprojeto...

* Algumas palavras derivadas da terminação “-eano”:
coreano
montevideano
Grafam-se com “i”

* Algumas formas verbais em que o infinitivo termina com “-air”, “-oer” e “-uir:
atrair – atrai
doer – doí
usufruir - usufrui
* Algumas formas verbais em que o infinitivo se constitui da terminação “-iar”.
anunciar – anuncio, anuncias, anuncia, anunciamos, anunciais, anunciam.
incendiar - incendeio, incendeias, incendeia, incendiamos, incendiais, incendeiam.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Palavra do dia (23/02/11)

BRIGADA
Brigada é um grupo reunido de pessoas que são habilitadas para atuar numa determinada área prevenindo e combatendo algo como, por exemplo, um princípio de incêndio. Neste caso, o brigadista deve possuir um bom condicionamento físico e precisa conhecer a localização e o funcionamento das instalações elétricas existentes no lugar onde exerce sua função.
>>Definição do iDicionário Aulete:
(bri.ga.da)
sf.
1. Mil. Unidade militar, composta por batalhões ou regimentos (a nomenclatura e o número variam de exército para exército, ou de arma para arma), ger. comandada por general de brigada: brigada de infantaria [Uma brigada pode incluir contingentes de mais de uma arma, como infantaria e artilharia, permanenemente ou para missões específicas.]
2. Mil. Reunião de duas ou três baterias de campanha
3. Reunião de certo número de indivíduos para executarem algum trabalho: brigada de prevenção e combate a incêndio florestal
[F.: Do it. brigata, pelo fr. Brigade.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

TIPOS DE ERROS ORTOGRÁFICOS

Em análise e estudo realizados devemos considerar os tipos de alterações ortográficas que foram mais comumente encontradas na escrita das crianças em geral.

1) ERROS DE CORRESPONDÊNCIA MÚLTIPLAS:
A escrita apresenta características básicas com relação entre sons e letras, algumas são consideradas como biunívocas ou seja cada letra tem seu som. Porém tem outros tipos de grafar na qual evidenciamos letras com diferentes sons.
Como o caso do s ( ou melhor; s, ss, c, ç), e o caso do c (ou melhor; s tanto como k), por isso foi atribuído o nome de “correspondência múltiplas”.

2) ERROS COM APOIO NA ORALIDADE:
A escrita ou melhor a relação entre sons e letras, decorrente da fala, uma vez que encontramos escrita como são faladas.
Porém podemos ter pronuncia de forma que não correspondem a escrita, por exemplo podemos ter uma fala: “...minha mãe tá compranu leitchi prá nóis tomá...”.Mas para ser escrito deve se transcrever:
..”.Minha mãe está comprando leite para nós tomarmos”.
O padrão fonético não corresponde ao ortográfico. Outro exemplo: travesseiro – traveceiro, falou – falo.
Melhor ainda é observar a freqüência que a criança usa a linguagem oral, a pista pneumofonoarticulatória, na determinação de formular a escrita.

3) ERRO NAS OMISSÕES DE LETRAS:
A escrita de modo incompleto, em função da omissão de uma ou mais letras, foram consideradas dentro deste tipo de alteração ortográficas, por exemplo; bombeiro grafado como bombero ou seja, omissão da letra i.
Grafar uma palavra implica em usar toda sua estrutura ortográfica relacionada a lingüística e assim observaremos a incidências deste comportamento mais a frente.

4) ERRO DA JUNÇÃO OU SEPARAÇÃO NAS PALAVRAS.
Ao usarmos a linguagem oral ou melhor a fala e a voz que pode suceder sem um limite claro de separação entre elas.
Em geral não pronunciamos as palavras uma a uma, isoladamente, mas sim em seu ritmo. A escrita impõe critérios exatos de segmentação ou de separação de uma palavra das outras mediante padrões de oralidade podendo ocorrer problemas quanto à segmentação em palavras unidas entre si ou fracionadas em um menor número de sílabas, como por exemplo:
Às vezes – asvezes, naquele – na quele, se perder – siperder
As palavras ligadas indevidamente ou separadas de forma não convencional ocorrem com frequência significativa que podem ocorrem de acordo com entonação do falante.

5) ERROS DE CONFUSÃO ENTRE AS TERMINAÇÕES AM E ÃO:
É uma tendência de substituição de letras finais am e ão que podem ser observada uma influência de padrões na pronúncia mediante a variável da tonicidade determinada pelo falante, como por exemplo: “falaram” ser pronunciada como “falarãu”, do mesmo modo que “cantarão” por “cantarãu”.
Na realidade a diferença não é fonética, mas, sim em relação à posição da sílaba tônica dentro da palavra, falaram é uma palavra paroxítona enquanto falarão é oxítona.

6) ERROS DE GENERALIZAÇÃO DE REGRAS:
Dentro deste tipo de alterações formas de grafar palavras que parecem do modo como as criança generalizam certos procedimentos de escrita, porém aplicam em certos procedimentos de escrita como a julgam apropriadas.
Por exemplo pode perceber que certas palavras sejam pronunciadas com o som de “i”, ou com o som de “u” e podem serem escritas com as letras “e” ou “l” - mininu.

7) ERROS DE SUBSTITUIÇÕES DOS FONEMAS SURDOS E SONOROS:
Nestas alterações de escrita apresentam em comum o fato de representarem fonemas que se diferenciam pelo traço de sonoridade. Os fonemas /p/, /t/, /k/, /f/, /s/, /ch/ são considerados surdos pelo fato de não apresentarem vibração das pregas vocais enquanto pronunciados. Inversamente os fonemas /b/, /d/, /g/, /v/, /z/, /j/ são considerados sonoros pela manifestação das vibrações das pregas vocais.
O grupo das alterações ortográficas diz respeito as palavras dos fonemas homorgânicos, como por exemplo: “gato” por “cato”.


8) ERROS POR ACRÉSCIMO:
Contrapondo ao caso das omissões, surgiram palavras que apresentavam mais letras do que convencionalmente deveriam, consideradas como alterações decorrentes de aumento ou acréscimo de letras, porém sem indicar letras aleatórias a serem inseridas nas palavras.
Existe uma tendência de duplicar uma das letras que como no caso do /r/ pela complexidade da sílaba pode dificultar a grafia adequada das palavras, devido a letra /r/ ter muita mobilidade.
Este fator pode dificultar a escrita e gerar dúvida quanto a grafia da palavra.
Como exemplo: pobre - probre, camarão - camarrão.
O mesmo processo pode ocorrer para outras letras como: /lh/, /nh/, /s/.

9) ERROS POR CONFUSÃO ENTRE LETRAS PARECIDAS:
Grafar uma letra por outra em razão de as mesmas serem parecidas em termos visuais, pela sua semelhança não se configurou como uma dificuldade significativa dentre as crianças de primeira a quarta série.
Como no caso das letras: /m/, /n/, /nh/, /ch/, /lh/ e /cl.
Como exemplo: pinha - pimha, camelo – camelho, também - também.

10) ERROS POR INVERSÃO DE LETRAS:
Palavras com letras em posição invertida no interior da sílaba, ou mesmo sílabas em posição distinta dentro da palavra, foram consideras como alterações decorrente de inversões de posição. Os erros ortográficos decorrentes de letras corresponderam com uma média muito distante da média características dos principais tipos de alterações que implicam no aspectos da escrita.
Como por exemplo: porão - poroã, Pedro – Predo, pobre – pober.
As mais freqüentes foram as inversões que dizem respeito a sílabas terminadas com a letra /r/. Existe uma tendência de mudar de posição dentro de sua sílaba original, bem como seu deslocamento para outra sílaba, resultando em grafias, como :
magrinha – magirnha, mordomo – modormo.
As crianças que cometem erros deste tipo não são capazes de identificar a presença dos sons que compõem as palavras, ou por outro lado não tem segurança dos sons que a compõem na posição exata que as letras representam a palavra de forma ortográfica, dentro se sua seqüência própria. A mesma explicação parece poder ser aplicada nos casos de alterações que envolvem a inversão de ditongos, como em porão – poroã. No entanto as crianças sejam capazes de identificar os sons das palavras e usarem as letras que as representem, contudo ordem dos sons determinadas a ordem das letras de forma alterada.                                                                                                                       

11) OUTROS ERROS:
Nesta categoria foram incluídas alterações observadas em uma outra criança em particular, pela sua forma restrita de escrever, isto é erro ou enganos não eram partilhados de uma forma mais freqüente ou geral como as categorias anteriores, como por exemplo ao grafar: sangue – jange, preciso – parcicho.